“Em um minuto que eles entraram lá, andaram de bota pela minha cama, reviraram minhas gavetas atrás de dinheiro, fizeram catagem na sala, cozinha, quartos e abriram a barcaça. Levaram cacau, café, ferramentas, e até as facas de cozinha. Por pouco não bateram no meu marido”, declarou muito abalada D. Maurina Ribeiro, esposa do proprietário de uma das terras que foram invadidas na região de Santana.
Em conversa com o comunicador Vila Nova, no programa O Tabuleiro de hoje (18), os pequenos produtores de terras, Eribaldo Novais, Gregório Ribeiro e sua esposa contaram o terrorismo que estão vivendo nos últimos dias. Homens travestidos de índio estão invadindo as terras da região expulsando os antigos proprietários, roubando todos os seus objetos pessoais e destruindo o plantio.
“Eles não entram para reivindicar terra, e sim, para roubar tudo que plantamos, que criamos e que temos dentro de casa. São em torno de 60 homens que invadem e por fim ficam uns 3, porque eles são contratados para fazer esse serviço”, afirma o proprietário de 60 hectares de terra que já foi invadida, na região de Santana, Eribaldo Novais.
Já D. Maurina Ribeiro, de 63 anos, e Sr. Gregório Ribeiro, 80 anos de idade, teve a propriedade invadida recentemente, no dia 1° julho por volta das 6 horas da manhã. “Era muita gente, tudo armado e mascarados dizendo que eram índios e que a terra era deles, mas, quem plantou e cuidou foi a gente”, dispara indignada D. Maurina.
Sr. Gregório Ribeiro que se criou na terra, vivendo no local há 62 anos, bastante emocionado também relatou a situação. “Eu planto e minha terra dar de tudo: cacau, cupuaçu, coco, acerola, cana, mandioca. Fiquei muito nervoso no dia que tomaram minhas terras, por pouco não morri”.
Questionado pelo comunicador Vila Nova, onde está vivendo agora e que os bandidos lhe disseram, o pequeno proprietário responde: “Estou morando na casa dos parentes de minha esposa, porque eles disseram que se a gente voltar vão nos matar. O que está me sustentando é o aposento agora, porque não tenho outro meio de sobreviver”.
Revoltado com a situação Vila Nova dispara: “É como se estivéssemos em uma cidade sem lei. Esses homens não são índios, são bandidos. A gente não pode aceitar essa covardia, essa falta de respeito, essa imoralidade e desordem. Onde nós estamos vivendo?”, pergunta o comunicador.
Apelando um posicionamento das autoridades Sr. Gregório pede, “Quero justiça para ter minha roça de volta, eu não posso ficar sem ter onde morar”. Vendo o desespero estampado no rosto do homem, Vila Nova também apela: “A sociedade não pode apoiar esse tipo de atitude, não deve se calar. As autoridades não podem reconhecer esse movimento legal, como luta pelas terras, isso é vandalismo, tratamento desumano. Quero chamar atenção do Ministério Público Federal, para que, o mais rápido possível tome providências. Essa milícia não pode continuar”, contesta o comunicador.
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