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terça-feira, 12 de junho de 2012
Dados oficiais apontam que 45% do cerrado brasileiro foram destruídos
Na cidade de Mineiros, Goiás, o agronegócio chegou há 40 anos. O problema é que muitos agricultores usaram técnicas erradas. Resultado: além de destruírem a mata, deixaram a terra inútil para o plantio.
O cerrado está em 12 estados. Dados oficiais apontam que 45% da segunda maior formação vegetal do país já foram destruídos. O desmatamento é maior na parte mais ao Sul, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás, onde o agronegócio está há mais tempo.
Nas áreas mais afetadas, se pode ver que surgiram desertos – 7% do cerrado já viraram areia, como uma fazenda em Goiás. “Houve um plantio de cana, de canaviais na região, e o plantio esgotou a terra, então a terra foi abandonado”, diz o professor da universidade de Goiás, Altair Sales Barbosa.
Outro resultado do mau uso do solo no cerrado são as voçorocas, buracos gigantes na terra. Normalmente, quando chove no cerrado, a vegetação ajuda a terra a absorver a água. Mas, sem a proteção das folhas e das raízes, o solo fica frágil. Durante uma chuva forte, a água se junta com a terra e desce em direção ao leito de um córrego ou rio.
O geógrafo argentino Maximiliano Bayer, professor da Universidade Federal de Goiás, mostra como a terra que vem das voçorocas ajudou a mudar o curso da água pelo rio Araguaia. Em fotos da década de 60 aparecem algumas das 200 ilhas que o Araguaia tinha. Hoje só há 40 delas. A mistura dos sedimentos que o rio carrega normalmente e da areia trazida pelas voçorocas se acumulou e fez algumas ilhas se juntar a margem do rio. Os bancos de areia atrapalham a navegação. “O banco de areia se movimenta vários metros por dia”, explica o geógrafo.
Alunos do professor Maximiliano fazem pesquisa sobre a profundidade da água. O rio está ficando mais raso. “O homem está agravando o transporte de sedimentos e assoreando cada vez mais. Então ele não tem o nível ideial de profundidade ele sempre vai variando, mas a gente pode perceber que essa variação está ficando menor a cada ano”, diz o geógrafo Alexandre Edreira Alencar.
Para a bióloga Mercedes Bustamante, da Universidade de Brasília, investir em pesquisa para recuperar o cerrado é mais que uma questão ambiental. É também uma questão econômica, que pode ajudar no crescimento do Brasil. “Oportunidade de emprego, oportunidade geração de renda, oportunidade de exportação de tecnologias, então é uma opção que a gente tem”.
Se o Brasil não optar pela sustentabilidade no cerrado, a consequência pode ser o aumento do número de rios com menor volume de água ou até secos.
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